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Programa de campanha de Kassab "passou batido"
No documento, prefeito prometeu gestões dos piscinões, mas não especificou investimentos

O programa de governo "São Paulo no Rumo Certo", apresentado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) durante a campanha eleitoral em 2008, não trouxe soluções concretas para combater estragos causados por fortes chuvas e enchentes como as que atingem a cidade desde o mês passado e já deixaram mais de 60 mortos em todo o Estado.


No documento de mais de 100 páginas, Kassab - que assumiu o comando da capital paulista depois que o tucano José Serra saiu para disputar o governo do Estado em 2006 - passa rapidamente pela questão no item "Meio Ambiente" e promete continuar o programa de implantação dos Parques Lineares “para combate às enchentes” e o Programa Córrego Limpo, “provendo o saneamento de córregos, promovendo a melhoria do bem-estar da população e a preservação dos recursos Hídricos”.

O Córrego Limpo é uma parceria entre o governo do Estado, por meio da Secretaria de Saneamento e Energia e da Sabesp, e da Prefeitura de São Paulo para despoluir, em 10 anos, os 300 córregos da capital paulista.

A urbanista Lucila Lacreta, do movimento Defenda São Paulo, disse ao R7 que os governantes precisam definir quais as prioridades de investimento como o plano de drenagem porque “ficam fazendo obras aqui e ali e não resolvem o problema de ninguém”.


- O programa de governo dele não tem uma menção à prioridade, fica tudo desconectado. A comunidade toda paga por isso. Então tem que fazer um plano para durar 20, 30, 50 anos com obras prioritárias. Senão, vamos ficar patinando sempre..


O engenheiro da USP (Universidade de São Paulo) Julio Cerqueira César Neto criticou a deficiência na concessão dos piscinões, que estavam previstos e não foram feitos, e a falta de assoreamento do canal do Tietê.

- O problema das enchentes é que cada ponto de alagamento que tem na cidade, que seria gestão da Prefeitura, é porque o sistema de drenagem ali é insuficiente. Como não ampliou este canal, dá enchente.

No dia em que quatro pessoas morreram soterradas na capital paulista por desabamentos provocados pela chuva, na última quinta-feira (21), o prefeito congelou R$ 25,6 milhões destinados a obras e serviços em áreas de risco. O valor representa 86,5% dos R$ 29,6 milhões disponíveis para essas ações no orçamento das 31 subprefeituras e da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras.

A questão dos abrigos para quem perde a casa destruída pelas chuvas aparece apenas no subtema “Assistência Social” e “destinados a programas de valorização da família e geração de emprego e renda”, sem mencionar medidas preventivas em casos em que a população fica desabrigada.

O arquiteto Nabil Bonduki da USP aponta o atendimento insuficiente da Prefeitura em relação às famílias atingidas pelas chuvas como o bolsa-aluguel de R$ 300 oferecido para desabrigados.

- Claro que você poderia ter oferecido uma bolsa-aluguel mais alta, porque é muito difícil a pessoa conseguir um lugar para morar. Tem muita gente que está nestas áreas (de risco) e estão tendo que sair sem nenhuma garantia.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Prefeitura disse que o programa apresentava “as diretrizes preliminares para o próximo mandato e era apenas uma síntese do que a gestão pretendia fazer pela cidade, um documento que foi aperfeiçoado e transformado na agenda 2012”..
 
R7.com
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